Segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2050 o Brasil será 6º país do mundo com maior população idosa, em que mais de 30 milhões de brasileiros terão mais de 60 anos. Por motivos como este, a psiquiatria geriátrica é um campo em alta na área da saúde.
Além de desenvolver doenças físicas relacionadas ao passar dos anos, o envelhecimento também é acompanhado de diversas alterações nos padrões de vida. Associadas, as mudanças biológicas e comportamentais podem contribuir para o surgimento de transtornos mentais no indivíduo, como demência e depressão.
Um dos grandes desafios relacionados aos idosos que desenvolvem questões como estas, é manter sua autonomia e dignidade. Essa situação pode se tornar ainda mais difícil visto que problemas de ordem psíquica acabam acelerando o processo de envelhecimento.
Baseados nessa temática, desenvolvemos o artigo a seguir para que você entenda o que é psiquiatria geriátrica, e conheça sua importância na vida dos idosos e familiares. Continue a leitura para conferir!
A importância da psiquiatria geriátrica
A psiquiatria geriátrica tem o papel de entender os processos associados ao desenvolvimento de transtornos mentais em idosos, estabelecendo o tratamento apropriado para que essa população volte a ter qualidade de vida.
Ao receber o paciente, o especialista em psiquiatria geriátrica realiza uma avaliação adaptada ao idoso. Por isso, é fundamental conciliar as recomendações médicas, afinal, é comum que o histórico do paciente seja desumanizado no atendimento, visto que suas atitudes podem ser atribuídas a sua doença.
Entretanto, alguns transtornos acabam se apresentando com mais frequência em idosos, como os depressivos, cognitivos e fobias, além do risco para suicídio e desenvolvimento de sintomas induzidos por medicações.
A boa notícia é que muitos dos transtornos mentais comuns em idosos podem ser aliviados, revertidos ou evitados. Desde que uma equipe profissional qualificada em psiquiatria geriátrica possa contribuir com um diagnóstico completo, avaliando o melhor tratamento de seu quadro.
Principais transtornos tratados pela psiquiatria geriátrica
De forma geral, quase 40% dos idosos sofrem com alguma doença crônica e 29,8% são acometidos por 2 ou mais doenças. Assim, quase 70% dessa população possui condições que podem contribuir para o desenvolvimento de quadros depressivos.São diversos os transtornos mentais que acometem a saúde do idoso, tornando fundamental seu acompanhamento com um especialista para um diagnóstico efetivo que permita a elaboração do tratamento correto. A seguir, conheça os principais transtornos tratados na psiquiatria geriátrica.
Demência
Considerada um comprometimento cognitivo progressivo, a demência é um transtorno comum na psiquiatria geriátrica que pode ser reversível em alguns casos.Com o avanço da idade, a demência se torna cada vez mais presente e, segundo estudos, afeta de 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos. Seus sintomas incluem as seguintes alterações:
- agitação;
- inquietação;
- raiva;
- violência;
- gritos;
- impulsividade;
- alterações na memória e linguagem;
- alterações do sono;
- desinibição sexual;
- alucinações;
- pensamentos ilógicos.
Demência tipo Alzheimer
Entre os pacientes que apresentam o diagnóstico de demência, mais da metade deles tem a doença do tipo Alzheimer. Ela é mais comum entre mulheres, e é caracterizada pelo seu início gradual e progressivo declínio de funções cognitivas.Nesse transtorno, a memória é a função cognitiva mais afetada, seguida pela linguagem e capacidade de orientação. Entre as alterações de comportamento apresentadas na demência tipo Alzheimer estão:
- depressão;
- desconfiança;
- obsessão;
- acessos de raiva;
- violência;
- confusão;
- desorientação.
Demência vascular
A demência vascular é o segundo tipo mais comum entre os idosos que sofrem com transtornos mentais. Entre suas características estão o início súbito com curso gradual para o declínio.Esse transtorno pode ser prevenido por meio da redução de variados fatores de risco para a saúde do paciente, como diabetes, hipertensão, arritmias e tabagismo.
Para seu diagnóstico, o acompanhamento com um especialista em psiquiatria geriátrica é fundamental. Afinal, sua confirmação deve ser realizada por técnicas de imagem cerebral e fluxo sanguíneo.
Transtorno bipolar
Também conhecido como transtorno de humor, essa condição afeta pessoa em idade avançada. De forma geral, quando o primeiro episódio acontece somente após os 65 anos, provavelmente sua origem é orgânica. Os sintomas no idoso se assemelham ao de adultos e jovens, com a presença de:- euforia;
- humor expansivo;
- fácil distração;
- impulsividade;
- falta de sono;
- irritabilidade;
- desconfiança;
- hostilidade.
Transtorno de ansiedade
Também comum na psiquiatria geriátrica, os transtornos de ansiedade podem aparecer pela primeira vez em idosos após os 60 anos. Em pessoas de idade avançada, essa questão é caracterizada pela fragilidade do sistema nervoso autônomo, desenvolvendo a ansiedade após uma situação importante de estresse.As compulsões e obsessões podem surgir sem nenhum precedente no indivíduo. Contudo, é comum encontrar esses sintomas em pessoas que sempre foram mais propensas a perfeição, pontualidade e organização.
Transtornos depressivos
Por fim, a depressão é um transtorno que, quando se inicia na vida do idoso, apresenta-se em vários episódios repetidos, assim como sintomas que incluem a falta de energia, problemas no sono, falta de concentração, diminuição do apetite, perda de peso e frequentes queixas somáticas, como dores no corpo.Além disso, as dificuldades de memória podem estar presentes em idosos com depressão, fator que pode ser facilmente confundido com demência, sem uma avaliação e acompanhamento especializado. Em alguns casos, a depressão em idosos pode ainda estar associada a uma doença física, ou ao uso de certos medicamentos.
Com as informações deste post, você pôde entender a importância da psiquiatria geriátrica para diagnosticar e tratar os variados transtornos mentais que estão presentes na vida do idoso. Desta maneira, é possível oferecer qualidade de vida, autonomia e bem-estar a estas pessoas.
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