O aumento dos diagnósticos de transtornos mentais em pessoas na terceira idade envolve questões como estilo de vida na sociedade e fatores genéticos. Da mesma forma, as doenças crônicas estão relacionadas a estas questões, visto que muitas vezes podem ser desenvolvidas devido a genética e também fatores externos, como hábitos alimentares, vícios e mais.
A procura para diagnosticar e tratar doenças crônicas é relativamente maior do que a busca por tratamentos psicológicos. Afinal, grande parte das pessoas não identifica distúrbios e alterações na própria vida, e alguns sintomas acabam passando despercebidos também pelos familiares.
Além disso, muitos não se dão conta dos impactos negativos que as doenças mentais podem apresentar não só para a saúde mental, mas também diante das doenças crônicas. Isso porque, boa parte dos idosos que apresentam transtornos mentais também apresentam ao menos duas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.
A preocupação aumenta quando percebemos que o Brasil é um dos muitos países onde a saúde mental é tratada como tabu, sem que pessoas discutam abertamente sobre o assunto, negando a si mesmas a possibilidade de sofrer com alguma doença. Dessa forma, o diagnóstico e tratamento se tornam ainda mais difíceis. A seguir, você vai conferir a diferença entre os tratamentos realizados para doenças crônicas e doenças da psiquiatria geriátrica.
O que são doenças crônicas
As doenças crônicas têm como característica o desenvolvimento lento e a longa duração, sendo que muitas ainda não apresentam cura. Atualmente, são categorizadas por 2 tipos: doenças crônicas não-transmissíveis e doenças crônicas transmissíveis.Segundo estudos divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as doenças crônicas não-transmissíveis são responsáveis por 70% das mortes no país. Isso porque, esse tipo de doença está associado a idade elevada e estilo de vida da população, como má alimentação, sedentarismo e rotinas estressantes, aspectos muito presentes na sociedade em que vivemos. As principais doenças crônicas não-transmissíveis, são:
- colesterol alto;
- DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica);
- hipertensão;
- osteoporose;
- doença de Parkinson;
- Doença de Alzheimer;
- asma;
- diabetes;
- AVE (acidente vascular encefálico);
- câncer.
Tratamento
Considerando que grande parte destas doenças estão relacionadas a idade, maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse, os tratamentos vão além de terapias medicamentosas. A mudança na rotina e dietas balanceadas são essenciais para o processo de controle das enfermidades.Além disso, o atendimento voltado para tratar essas doenças deve ser acompanhado por outros profissionais, como psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. Entretanto, em alguns casos, é necessária a presença do médico especialista em psiquiatria geriátrica, pois muitos idosos acabam adoecendo pela ação descompensada nas doenças crônicas, causada por algum distúrbio mental.
O que é psiquiatria geriátrica
A psiquiatria geriátrica tem como foco entender os processos associados ao desenvolvimento de transtornos mentais em idosos, possibilitando estabelecer o tratamento adequado para que estes indivíduos possam voltar a ter qualidade de vida. Entre as principais doenças e distúrbios tratados pela psiquiatria geriátrica, estão:- demência;
- demência vascular;
- transtorno afetivo bipolar;
- transtorno de ansiedade;
- transtorno depressivo;
- esquizofrenia;
- dependência química.
Tratamento
São inúmeras as doenças que demandam tratamento específico na psiquiatria geriátrica. Entre as principais terapias estão o tratamento medicamentoso, psicoterapia, estimulação cognitiva e atividades físicas. Contudo, em alguns casos, pode ser necessário intervenções mais pontuais e intensivas.A psiquiatria geriátrica tem o papel de entender os processos associados ao desenvolvimento de transtornos mentais em idosos, estabelecendo o tratamento apropriado para que essa população volte a ter qualidade de vida.
Quando o especialista em psiquiatria geriátrica recebe o paciente, realiza-se uma avaliação adaptada ao idoso. Desta forma, é essencial conciliar as recomendações médicas, afinal, é comum que o histórico do paciente seja desumanizado no atendimento, visto que suas atitudes podem ser atribuídas a sua doença.
No entanto, alguns transtornos podem se apresentar com certa frequência em idosos, como distúrbios depressivos, cognitivos e fobias, contribuindo para o descontrole de doenças crônicas, aumento do risco para suicídio e desenvolvimento de sintomas induzidos por medicações.
Muitos dos transtornos mentais comuns em idosos podem ser aliviados, revertidos ou evitados com tratamento adequado que uma equipe profissional qualificada que possa contribuir com um diagnóstico completo, avaliando o melhor tratamento de seu quadro e desenvolvendo também a terapia adequada para tratar as doenças crônicas.
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