BLOG A Psiquiatria aplicada à Geriatria

A Psiquiatria aplicada à Geriatria

Publicado em 27/05/2021

A psiquiatria aplicada à geriatria tem como papel entender os processos associados ao desenvolvimento de transtornos mentais em idosos, estabelecendo o tratamento apropriado para que essa população volte a ter qualidade de vida.

Ao receber o paciente, o especialista em psiquiatria geriátrica realiza uma avaliação adaptada ao idoso. Por isso, é fundamental conciliar as recomendações médicas, afinal, é comum que o histórico do paciente seja desumanizado no atendimento, visto que suas atitudes podem ser atribuídas a sua doença.




Contudo, alguns transtornos acabam se apresentando com mais frequência em idosos, como os depressivos, cognitivos e fobias, além do risco para suicídio e desenvolvimento de sintomas induzidos por medicações.

A boa notícia é que muitos dos transtornos mentais comuns em idosos podem ser aliviados, revertidos ou evitados. Desde que uma equipe profissional qualificada em conhecimento da psiquiatria aplicados à geriatria possa contribuir com um diagnóstico completo, avaliando o melhor tratamento de seu quadro.

Principais transtornos tratados

São diversos os transtornos mentais que acometem a saúde do idoso, tornando fundamental seu acompanhamento com um especialista para um diagnóstico efetivo que permita a elaboração do tratamento correto. A seguir, conheça os principais transtornos tratados na psiquiatria geriátrica.

Demência

Considerada um comprometimento cognitivo progressivo, a demência é um transtorno comum na psiquiatria geriátrica que pode ser reversível em alguns casos. Com o avanço da idade, a demência se torna cada vez mais presente e, segundo estudos, afeta de 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos.

A demência tem diferentes causas. Entre elas, estão lesões tumorais cerebrais, hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12, abuso de álcool, infecções pulmonares crônicas, doenças inflamatórias e infecções. Em alguns casos ela pode também ser causada por doenças degenerativas no sistema nervoso central ou doenças vasculares.

Demência tipo Alzheimer

Entre os pacientes que apresentam o diagnóstico de demência, mais da metade deles têm a doença do tipo Alzheimer. Ela é mais comum entre mulheres, e é caracterizada pelo seu início gradual e progressivo declínio de funções cognitivas. Nesse transtorno, a memória é a função cognitiva mais afetada, seguida pela linguagem e capacidade de orientação.

Demência vascular

A demência vascular é o segundo tipo mais comum entre os idosos que sofrem com transtornos mentais. Entre suas características estão o início súbito com curso gradual para o declínio. O transtorno pode ser prevenido por meio da redução de variados fatores de risco para a saúde do paciente, como diabetes, hipertensão, arritmias e tabagismo. Para seu diagnóstico, o acompanhamento com um especialista em psiquiatria geriátrica é fundamental. Afinal, sua confirmação deve ser realizada por técnicas de imagem cerebral e fluxo sanguíneo.

Transtorno bipolar

Também conhecido como transtorno de humor, essa condição afeta pessoas em idade avançada. De forma geral, quando o primeiro episódio acontece somente após os 65 anos, provavelmente sua origem é orgânica. Seu tratamento pode ser realizado por meio de profissionais qualificados, que contribuam para o desenvolvimento de uma terapia associada com as necessidades do organismo.

Transtorno de ansiedade

Também comum na psiquiatria geriátrica, os transtornos de ansiedade podem aparecer pela primeira vez em idosos após os 60 anos. Em pessoas de idade avançada, essa questão é caracterizada pela fragilidade do sistema nervoso autônomo, desenvolvendo a ansiedade após uma situação importante de estresse.

As compulsões e obsessões podem surgir sem nenhum precedente no indivíduo. Contudo, é comum encontrar esses sintomas em pessoas que sempre foram mais propensas a perfeição, pontualidade e organização.

Transtornos depressivos

Por fim, a depressão é um transtorno que, quando se inicia na vida do idoso, apresenta-se em vários episódios repetidos, assim como sintomas que incluem a falta de energia, problemas no sono, falta de concentração, diminuição do apetite, perda de peso e frequentes queixas somáticas, como dores no corpo.

Além disso, as dificuldades de memória podem estar presentes em idosos com depressão, fator que pode ser facilmente confundido com demência, sem uma avaliação e acompanhamento especializado. Em alguns casos, a depressão em idosos pode ainda estar associada a uma doença física, ou ao uso de certos medicamentos.


Dificuldades encontradas para o diagnóstico na geriatria

Na psiquiatria aplicada à geriatria, a experiência dos profissionais confirma erros comuns de diagnóstico. Afinal, esse processo costuma ser mais complexo, visto que é realizado por exclusão. Dessa maneira, a falha no exame psíquico se torna um dos principais responsáveis por tratamentos incorretos e ineficazes.

No diagnóstico feito dentro da psiquiatria aplicada à geriatria, as falhas na avaliação psicopatológica se multiplicam, visto que o quadro clínico são interligados e distintos. Afinal, o que acontece com grande frequência são situações como:

  • a infantilização do idoso, desconsiderando sua personalidade, minimizando o desconforto e desvalorizando as queixas;
  • atendimento considerando a demanda familiar, sem considerar o ponto de vista do paciente;
  • atribuição de sintomas a um problema único, sem avaliar as circunstâncias que deram sua origem;
  • atribuição de sintomas isolados em um transtorno específico, sem a formação de um quadro adequado;
  • valorização exagerada de elementos aparentes do quadro atual, sem considerar o histórico do paciente;
  • consideração de protocolos rígidos, obedecendo critérios artificiais e aplicação de tabelas padronizadas;
Uma equipe psiquiátrica bem preparada para aplicar os conhecimentos à geriatria contribui para o diagnóstico correto e a distinção adequada das doenças e síndromes que afetam os idosos nessa faixa etária.

Dessa forma, é fundamental buscar ajuda desde o início dos sintomas, para que profissionais qualificados possam desenvolver o tratamento compatível.

Eliza Inaê
Eliza Inaê
Sou enfermeira (UNOESTE) com pós-graduação em UTI (Uningá) e Oncologia (UNOESTE) e redatora de conteúdo web.
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