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O que é Demência Vascular

Publicado em 20/01/2021

Entenda como a demência vascular acontece, as formas de evitá-la e como a doença pode ser tratada.


A demência vascular é a segunda causa mais comum a envolver lesões neurológicas em idosos, ficando atrás somente da doença de Alzheimer. Diferente do AVE (acidente vascular encefálico) que acontece pela obstrução de vasos importantes no cérebro, a demência vascular é o resultado do acúmulo progressivo de pequenos infartos cerebrais ao longo do tempo, provocado pela obstrução de pequenos vasos.

Com o aumento da longevidade, os especialistas alertam que casos relacionados ao envelhecimento também podem aumentar, assim como a demência vascular. Por isso, entender mais sobre a doença, conhecer seus sinais e sintomas e a importância de buscar tratamento é uma forma de preservar a saúde e manter a qualidade de vida na terceira idade. A seguir, você pode conhecer melhor sobre a doença.


O que é Demência Vascular?

O que é demência vascular

A demência vascular representa a perda de função mental pela destruição do tecido do cérebro devido ao suprimento reduzido ou nulo de sangue. Geralmente, as causas podem estar relacionadas aos AVE, sejam eles grandes ou pequenos, muitas vezes indetectáveis.
Quando acontecem múltiplos infartos no cérebro ao longo dos anos ocorre a falta oxigenação no tecido em diferentes áreas. Quando somadas, elas podem causar o declínio cognitivo do indivíduo, provocando a demência vascular.
Muitas vezes, esses pequenos infartos podem acontecer sem que ninguém percebe, nem mesmo a pessoa que sofre. Pode aparecer como uma indisposição ou sonolência que acaba melhorando ao longo do dia. A repetição de episódios é preocupante, visto que podem resultar na demência vascular. Por isso, controlar os fatores de risco e manter as consultas médicas em dia é fundamental.

Tipos de demência vascular

A demência vascular pode ser dividida em 3 tipos: de início agudo, quando é desenvolvida rapidamente logo após um AVE por trombose, embolia ou hemorragia. Demência por infartos múltiplos, de início gradual em diversos episódios isquêmicos transitórios que produzem o acúmulo desses infartos no cérebro.
Por fim, a demência vascular subcortical, que acontece em pessoas com hipertensão arterial e focos de destruição isquêmica. Esse tipo muitas vezes pode ser confundido com a doença de Alzheimer, pela semelhança do quadro clínico.


Fatores de risco

A repetição dos episódios que são prejudiciais e causam a demência vascular pode ser evitada pelo controle dos fatores de risco, como níveis de colesterol, glicemia e obesidade. Além disso, praticar atividades físicas também é uma forma de contribuir. Confira os outros fatores de risco associados à demência vascular:

  • hipertensão arterial;
  • diabetes;
  • aterosclerose;
  • fibrilação atrial;
  • tabagismo;
  • episódios de AVE.


Sintomas da doença

Diferente do quadro causado pela doença de Alzheimer, a demência vascular progride em diferentes etapas. Seus sintomas podem se agravar subitamente e, em seguida, estagnar por um período, piorando anos ou meses mais tarde. Contudo, a demência que resulta de pequenos episódios de AVE tem sua progressão lenta quando comparada aquela causada por AVEs grandes.
Entre seus sintomas mais comuns da demência vascular estão a perda de memória, dificuldade de planejamento e início de tarefas e raciocínio lento. Ainda em comparação ao Alzheimer, a doença causa perda de memória mais tarde, afetando menos a personalidade e julgamento do indivíduo.
Além disso, os sintomas podem varia de acordo com a parte do cérebro destruída pela falta de sangue. De acordo com a evolução da demência vascular, outros sintomas podem ser apresentados, como a paralisia de membros ou lados inteiros do corpo. Algumas pessoas podem apresentar dificuldades ou perder a capacidade de falar, visão embaçada, perda de coordenação, mudanças no humor, incontinência urinária e dificuldades para andar.

Diagnóstico

A demência vascular pode ser diagnosticada por um profissional da psiquiatria geriátrica. Ao suspeitar da doença em pacientes que apresentam os fatores de risco, o médico realiza uma avaliação completa com o objetivo de verificar se um AVE aconteceu. Os resultados dos exames solicitados são complementares ao exame clínico para que o diagnóstico correto seja realizado.


Tratamento

O tratamento para a doença envolve medidas gerais que forneçam segurança e apoio ao paciente, assim como para os outros tipos de demência. Existe o controle das condições que aumentam os riscos, criando um ambiente que seja seguro e útil no tratamento do o indivíduo.
De forma geral, o espaço de convívio deve ser iluminado, alegre, estável e com segurança, ajudando-o a manter-se orientado. Estímulos como televisão e rádio são indicados de forma controlada. Além disso, a rotina da pessoa com demência vascular deve ser estruturada de forma a fornecer orientação e sensação de estabilidade e segurança integralmente. Qualquer alteração realizada deve ser explicada de forma clara e simples.
Atividades como banho, refeições e descanso devem seguir uma rotina diária, ajudando a pessoa a se lembrar desses momentos. Seguindo horários, essas atividades podem ser feitas da melhor maneira, proporcionando um bom momento de alimentação e permitindo que o paciente consiga dormir melhor.
Essas atividades programadas ajudam o portador da demência vascular a se sentir independente e necessário, levando-o a se concentrar em tarefas prazerosas e úteis. Por isso, atividades físicas e mentais devem fazer parte da rotina, contribuindo também para evitar a piora da demência.


Controle das condições que aumentam os riscos

O controle dos fatores de risco que aumentam as chances para a demência vascular também deve ser realizado, assim como de doenças como diabetes, hipertensão arterial, e altos níveis de colesterol. Os profissionais recomendam que para evitar novos episódios de AVE, sejam eles pequenos ou grandes, as medidas de controle devem contribuir também para o abandono do tabagismo, realização de atividades físicas e alimentação equilibrada, evitando a obesidade.


Medicamentos

Outra forma de tratamento também presente é por meio de medicamentos. Médicos podem prescrever remédios que evitem a formação de coágulos, como aspirinas, ou medicamentos que possam realizar o controle da fibrilação atrial, como a varfarina. Afinal, eles contribuem para evitar riscos e outro AVE.

Entretanto, não existe tratamento medicamentoso específico para a demência vascular, pela perda do tecido cerebral. Em alguns casos, medicamentos utilizados na doença de Alzheimer podem ser prescritos, assim como antidepressivos para pacientes que apresentam quadros de depressão associada à demência. No entanto, a solução é cuidar dos fatores de risco e evitar novos agravos.

Você pôde conhecer melhor a demência vascular no artigo de hoje, entendendo como ela acontece, formas de evitá-la e medidas usadas para seu tratamento. Com um diagnóstico precoce e a intervenção adequada é possível evitar piora do quadro e oferecer qualidade de vida ao portador dessa doença.

Eliza Inaê
Eliza Inaê
Sou enfermeira (UNOESTE) com pós-graduação em UTI (Uningá) e Oncologia (UNOESTE) e redatora de conteúdo web.
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